Principais golpes amorosos aplicados pela Internet em 2022
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Conhecidos como golpe do amor, aplicados pela internet, tem como base a confiança. Golpistas usam confiança adquirida com a vítima para extorquir dinheiro e obter outras vantagens; confira as principais fraudes do ano e saiba se proteger.

Golpes em sites e aplicativos de relacionamento, além de redes sociais são bastante comuns na Internet. Criminosos aproveitam a vulnerabilidade emocional da vítima e o interesse de pessoas que estão em busca de um parceiro para enganá-las e extorqui-las. Segundo o Departamento Federal de Investigação dos Estados Unidos (FBI), fraudes envolvendo romance online resultaram em perdas de mais de US$ 133,4 milhões (aproximadamente R$ 759 milhões, em conversão direta) entre 1º de janeiro e 31 de julho deste ano. O próprio Instagram publicou uma estimativa de 95 milhões de perfis falsos ate final de 2021.

1 – Golpe do amor

Tendo como alvo principal mulheres em situações de fragilidade emocional, normalmente divorciadas e viúvas, entre 40 e 70 anos, o chamado “golpe do amor” tem feito muitas vítimas brasileiras. Nele, os golpistas pedem dinheiro sob o pretexto de que as vítimas tivessem acesso a bens e quantias em espécie supostamente retidos em aeroportos ou alfandega.

Tela aplicativo de relacionamento

O pontapé inicial dos farsantes é começar um relacionamento online através plataformas de relacionamento e redes sociais. Eles fingem ser estrangeiros em altos cargos, como pilotos, engenheiros, oficiais do exercito, e prometem vir ao Brasil para visitar vítimas. Também dizem que querem enviar presentes, tais como celulares, computadores, roupas e dinheiro.

Existem diversas outras historias como a que o golpista afirma que algum parente ou ele próprio ter uma doença grave e simula ter enviado seus bens ao país em questão ou pede dinheiro para uma emergência. Em algumas versões, uma pessoa finge ser funcionário da Receita Federal, alfandega ou de uma transportadora para entrar em contato e afirmar que há uma mercadoria retida. Feito isso, a vítima é instruída a pagar uma taxa, com valores de R$ 1,5 mil a R$ 5 mil, para que os itens sejam liberados.

É importante salientar que a Receita Federal não exige pagamento em espécie ou depósito em conta corrente para liberar itens. Todos os tributos são recolhidos por meio de Darf (Documento de Arrecadação de Receitas Federais).

2 – Sextorsão

Sextorsão é um neologismo vindo do inglês sextorsion, termo que junta as palavras sex (sexo) e extortion (extorsão). A expressão foi cunhada para descrever golpes em que o criminoso chantageia a vítima, ameaçando expor fotos ou vídeos sexuais na Internet.

Nos casos em que existe um relacionamento virtual, os conteúdos geralmente são verdadeiros. Mas também existem situações em que hackers usam engenharia social ou outros métodos para convencer as vítimas de que possuem fotos ou vídeos íntimos, quando, na verdade, trata-se de um blefe. Também é comum que o golpista utilize e compartilhe fotos e vídeos de terceiros alegando serem suas.

Em ambos os casos, o mais importante é não ceder à extorsão, uma vez que ela pode continuar mesmo após o pagamento. A vítima deve se dirigir a uma delegacia e registrar um boletim de ocorrência. Há delegacias especializadas em crimes cibernéticos em vários estados, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Santa Catarina, além do Distrito Federal.

3 – Golpe de bitcoin em apps de relacionamento

Grande parte das denúncias recebidas pelo FBI envolvem criptomoedas. O primeiro passo dos golpistas é contactar vítimas por meio de aplicativos de namoro, redes sociais e aplicativos de mensagem, estabelecendo um relacionamento online em seguida. Ao ganhar a confiança da presa, o cibercriminoso diz que conhece investimentos em bitcoin ou outras oportunidades financeiras que dão lucros substanciais.

Logo, a vítima é direcionada para um site ou app fraudulento, onde investe determinada quantia. A plataforma simula um lucro e permite retirar uma pequena porção do dinheiro, fazendo com que a pessoa ganhe confiança na aplicação financeira. A partir desse momento, o golpista instrui a colocar grandes somas no negócio, mas a vítima não consegue mais fazer saques.

Quem cai no golpe é informado de que impostos ou taxas extras precisam ser pagos para que a retirada seja liberada. Existem casos em que um SAC falso é utilizado para dar mais credibilidade à fraude. Quando as vítimas param de efetuar pagamentos, os criminosos encerram a comunicação com elas.

4 – Golpe do falso encontro

Um dos casos mais graves é golpe do falso encontro, que como principal vítima os homens. Nele, a vítima conhece alguém através de um app de paquera e redes sociais e marca um encontro. Ao chegar ao local combinado, a pessoa tem seus pertences roubados e pode chegar a ser sequestrada por uma quadrilha. Os criminosos obrigam vítimas a fornecerem senhas bancárias, realizarem transferências via Pix e pedirem empréstimos.

Golpe do falso encontro resulta em sequestro relâmpago — Foto: Reprodução/TV Globo

A prática tem tudo destaque na imprensa, e é aplicada principalmente em grandes capitais. Em um dos casos, a vítima chegou a fazer chamada de vídeo com a mulher com quem estava falando antes de marcar o encontro. A precaução não adiantou porque há muitas mulheres que fazem parte das quadrilhas, segundo alerta da Polícia Militar.

A principal medida preventiva é marcar encontros em locais públicos, como bares e shoppings, e deixar amigos ou familiares avisados. Também é importante obter o máximo de informações possível sobre os paqueras, o que implica em gastar algum tempo de conversa.

Como se proteger

Não compartilhe dados pessoais ou bancários com pessoas, instituições ou empresas que não conhece.
Cuidado com a aproximação de desconhecidos na Internet, desconfie caso eles peçam por algum auxílio financeiro e nunca envie fotos íntimas. Elas podem ser usadas para chantagem, numa prática conhecida como sextorsão.
Como estão constantemente trocando de conta, uma dica para identificar um perfil falso é conferindo a data de criação da conta, o local de criação, quantas vezes o usuário trocou de nome e quantos perfis parecidos com esse existem na plataforma.

Destacamos que a lábia dos fraudadores facilita a conquista das vítimas. “Eles falam o que as vítimas querem ouvir, sempre com muitos elogios, conquistadores e românticos”, alerta Emilio Simoni, especialista de golpes digitais. Disseminar que as promessas de namoro e casamento não passam de mentiras é fundamental para que danos sejam evitados.

Como denunciar os scammers

Primeiro passo é não ter vergonha e denunciar, além de comunicar e procurar apoio de familiares. É importante que vítima de golpes online se dirija até uma delegacia e faça um boletim de ocorrência, já que é única forma legal de prestar queixa. Algumas Plataformas possuem uma Central de Privacidade e Segurança, responsável por verificar denúncias de violação dos Termos de Uso na plataforma. A denúncia pode ser feita pelo computador ou pelo app de celular. Também existem instituições especialistas em ajudar vitimas de crimes digitais como a SaferNet (https://www.safernet.org.br) que auxiliam vitimas e ajudam no combate a estes tipos de golpe.

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